O OURIÇO
Gustavo Roldán
Nada
aqui. Nada ali.
Nada
pra comer!
Nada
gostoso pra colocar na boca!
“Se
não encontrar alguma coisa pra comer, vou morrer”, pensou o ouriço.
Procurando,
procurando, andando e farejando, seu focinho topou com algo interessante.
- EPA, QUE FRUTAS LINDAS!
Mas
estão altas demais e nós, ouriços, não sabemos subir em árvores.
-EI, PÁSSARO!
Você
poderia pegar uma dessas frutas saborosas da árvore pra mim?
-
Poderia, sim, mas prefiro comê-las.
O
pássaro voou.
O
ouriço ficou com água na boca.
Pelo
menos ele pôde se distrair mastigando as sementes que o pássaro tinha deixado
cair enquanto bicava as frutas.
Decepcionante.
Tudo muito triste.
-Oi,
girafa. Você poderia, por favor, pegar uma dessas frutas da árvore pra mim?
-Mmmmmm
que delícia!
Que
pena que não posso ficar aqui comendo.Vou guardar pra mais tarde.
Dito
isso, a girafa continuou seu caminho.
Então,
o ouriço percebeu que tinha um problema.
Tanta
comida tão perto e ele não podia abocanhá-la!
Logo
apareceu outra chance.
-Olá,
elefante. Você é tão esperto como dizem que os elefantes são?-perguntou o
ouriço.
-Esperto
e muito mais.
-Você
pode fazer assim com a pata e contar até três batendo no chão?
-Claro
que posso! Olha!
O
chão tremeu, mas não o suficiente.
-Outra
vez, elefante!
Mas
agora conta até quatro com duas patas.
De
novo nada interessante aconteceu.
Dessa
vez a terra tremeu como num terremoto.
A
árvore sacudiu como num Furacão...
E
as frutas caíram como chuva.
-MAGNÍFICO!
-Gritou
o ouriço diante da impressionante montanha de frutas.
Timidamente
, o elefante pegou uma fruta com a tromba e a comeu
Depois
se despediu e carregou outra para viagem.
Aí
, sim.
O
ouriço devorou tantas frutas quantas pôde.
Até
não conseguir mais.
Até cair rendido, pronto para tirar uma
grande , grande, enorme soneca.