O PRÍNCIPE ENCANTADO E O RAMINHO DE ROSAS
Era uma vez um homem que tinha uma filha
muito boa, mas sua mulher e as outras filhas não combinavam com ela. Por isso,
construiu uma torre bem alta e ali colocou sua boa filha com uma criada.
Certo
dia o homem precisou viajar. Perguntou ás filhas o que elas queriam que lhes
trouxesse. Cada qual fez seu pedido e logo ele foi até a torre fazendo a mesma
pergunta á menina boa, que lhe respondeu:
-
Só desejo que vá e volte com Deus!
O
pai disse:
-
Mas, minha filha, peça alguma coisa, pelo menos para me dar gosto!
-
Pois então eu aceito um raminho de
rosas!_ respondeu a menina.
O
pai partiu e após fazer seus negócios comprou as encomendas das filhas. Na hora
de vir embora lembrou-se do raminho de rosas. Caminhava depressa pelas
ruas procurando um jardim ou uma casa de flores, quando passou por ali um
cavalheiro que lhe perguntou o que estava procurando com tanta ansiedade e
pressa. O homem contou-lhe. O cavalheiro pegou um raminho de rosas e lhe deu
pedindo:
-
Com o raminho de rosas leve um recado para sua filha. Peça a ela que todas as
noites coloque uma bacia com água á janela e diga três vezes:
“Raminho
de Azilas , vindes, se tendes de vir!”
O
pai agradeceu e partiu. Chegando em casa entregou as encomendas e, para a filha da
torre, entregou o raminho com o recado do cavalheiro.
Á
noite, a moça faz exatamente o que dizia o recado, colocou a bacia com água em
sua janela e disse três vezes:
Raminho
de Azilas,
Vindes,
se tendes de vir!
Veio
voando uma pomba que pousou na bacia e, após se banhar na água, transformou-se
em um belo príncipe. Os dois ficaram conversando por toda a noite. Depois, o
príncipe transformou-se novamente em pombo e se foi.
Nas
noites seguintes aconteceu a mesma coisa. A moça começou a mostra-se mais
feliz. As irmãs invejosas perceberam que havia algo diferente, algum segredo.
Uma delas foi pedir para pousar na torre. A criada desconfiada aconselhou á mãe
que não deixasse, mas ela respondeu:
-
Não há de ser nada. Dê-lhe um chá de dormideira.
E
assim aconteceu. A irmã invejosa dormiu a noite inteira.
A
outra irmã ficou muito zangada e resolveu também ir dormir na torre. Na hora do
chá de dormideira, ela fez que tomava, mas deixou o chá escorrer pelo vestido.
Á
noite, fingido que dormia, viu e ouviu tudo.
Descoberto
o segredo, a moça resolveu na noite seguinte encher a janela de navalhas, sem
que a boa irmã visse.
O
príncipe veio, feriu-se todo e saiu voando. No outro dia, a moça, vendo aqueles
sinais de sangue, ficou tão compadecida ante a desgraça, que tirou as navalhas
e chamou três vezes:
Raminho
de Azilas,
Vindes,
se tendes de vir!
Mas...
a pomba não veio.
Na
manhã seguinte, passou por ali uma pobre velha pedindo esmola.
A
velha perguntou á boa moça se não queria trocar de vestido com ela.
A
boa moça, que estava triste aceitou. Vestiu-se de mendiga e saiu pelo mundo á
procura de seu príncipe encantado.
Andou,
andou e andou. Um dia chegou á cidade onde morava o rei.
Cansada
, sentou-se embaixo de uma árvore. Nisso, ouviu a conversa de três rolimãs que
estava num galho.
Dizia
uma:
-
Sabe que o príncipe está muito doente?
Dizia
a outra:
-
E o único remédio que pode curá-lo é passar nosso sangue em suas feridas e,
depois, cozinhar nossa carne e lhe dar de comer.
Disse a terceira:
Fiquem
quietas! Já pensaram se alguém nos ouve!
A
moça então foi subindo, devagarinho, pelos galhos e com tanta sorte, que pegou
de uma só vez as rolinhas e as colocou
num saco. Então foi até a porta do palácio real pedindo para entrar. Como os
soldados não deixavam, começou a falar alto:
-
Eu sou capaz de curar o príncipe!
A
rainha, ouvindo pela janela, ordenou que subisse. A boa moça, vestida de
mendiga, pediu que a deixassem por
três dias fechada no quarto com o
príncipe.
A
rainha aceitou.
No
primeiro dia colocou o sangue da primeira rolinha nas feridas, que começaram a
melhorar. No segundo dia, fez a mesma coisa com a segunda rolinha, e o príncipe
já queria levantar-se. No terceiro dia, ele andou.
O
rei e a rainha nem sabiam como pagar a mendiga. Pois que a moça disse:
-
Eu não levo nada pela cura, mas desejo que, quando alguém pedir uma graça em
nome da velha que curou o príncipe, seja atendido.
A
moça voltou para casa, trocou de roupa, mas guardou bem o vestido da mendiga. Á
noite, colocou a bacia com água na janela e falou por três vezes:
Raminho
de Azilas,
Vindes,
se tendes de vir!
A
pomba veio, banhou-se e transformou-se em príncipe. Mas ele estava furioso e
com um punhal na mão. A moça ajoelhou-se e pediu:
-
Pela velha que te curou, peço-te que me ouças!
O
príncipe, lembrando-se do último pedido da velha, consentiu e guardou o punhal.
A moça contou-lhe toda a história, desde o que sua irmã havia feito na janela
até a conversa das rolinhas e sua cura. Foi para dentro e voltou vestida de
velha mendiga. Ele a reconheceu, pediu desculpas e a levou para morar com ele
no palácio. Casaram-se e foi aquela
festa.....
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