quinta-feira, 9 de maio de 2013

CANTINHO DA LEITURA



O  PRÍNCIPE  ENCANTADO E O RAMINHO DE ROSAS
Era uma vez um homem que tinha uma filha muito boa, mas sua mulher e as outras filhas não combinavam com ela. Por isso, construiu uma torre bem alta e ali colocou sua boa filha com uma criada.
Certo dia o homem precisou viajar. Perguntou ás filhas o que elas queriam que lhes trouxesse. Cada qual fez seu pedido e logo ele foi até a torre fazendo a mesma pergunta á menina boa, que lhe respondeu:
- Só desejo que vá e volte com Deus!
O pai disse:
- Mas, minha filha, peça alguma coisa, pelo menos para me dar gosto!
- Pois  então eu aceito um raminho de rosas!_ respondeu a menina.
O pai partiu e após fazer seus negócios comprou as encomendas das filhas. Na hora de vir embora  lembrou-se  do raminho de rosas. Caminhava depressa pelas ruas procurando um jardim ou uma casa de flores, quando passou por ali um cavalheiro que lhe perguntou o que estava procurando com tanta ansiedade e pressa. O homem contou-lhe. O cavalheiro pegou um raminho de rosas e lhe deu pedindo:
- Com o raminho de rosas leve um recado para sua filha. Peça a ela que todas as noites coloque uma bacia com água á janela e diga três vezes:
“Raminho de Azilas , vindes, se tendes de vir!”
O pai agradeceu e partiu. Chegando  em  casa entregou as encomendas e, para a filha da torre, entregou o raminho com o recado do cavalheiro.
Á noite, a moça faz exatamente o que dizia o recado, colocou a bacia com água em sua janela e disse  três vezes:
Raminho de Azilas,
Vindes, se tendes de vir!
Veio voando uma pomba que pousou na bacia e, após se banhar na água, transformou-se em um belo príncipe. Os dois ficaram conversando por toda a noite. Depois, o príncipe transformou-se novamente em pombo e se foi.
Nas noites seguintes aconteceu a mesma coisa. A moça começou a mostra-se mais feliz. As irmãs invejosas perceberam que havia algo diferente, algum segredo. Uma delas foi pedir para pousar na torre. A criada desconfiada aconselhou á mãe que não deixasse, mas ela respondeu:
- Não há de ser nada. Dê-lhe um chá de dormideira.
E assim aconteceu. A irmã invejosa dormiu a noite inteira.
A outra irmã ficou muito zangada e resolveu também ir dormir na torre. Na hora do chá de dormideira, ela fez que tomava, mas deixou o chá escorrer pelo vestido.
Á noite, fingido que dormia, viu e ouviu tudo.
Descoberto o segredo, a moça resolveu na noite seguinte encher a janela de navalhas, sem que a boa irmã visse.
O príncipe veio, feriu-se todo e saiu voando. No outro dia, a moça, vendo aqueles sinais de sangue, ficou tão compadecida ante a desgraça, que tirou as navalhas e chamou três vezes:
Raminho de Azilas,
Vindes, se tendes de vir!
Mas... a pomba não veio.
Na manhã seguinte, passou por ali uma pobre velha pedindo esmola.
A velha perguntou á boa moça se não queria trocar de vestido com ela.
A boa moça, que estava triste aceitou. Vestiu-se de mendiga e saiu pelo mundo á procura de seu príncipe encantado.
Andou, andou e andou. Um dia chegou á cidade onde morava o rei.
Cansada , sentou-se embaixo de uma árvore. Nisso, ouviu a conversa de três rolimãs que estava num galho.
Dizia uma:
- Sabe que o príncipe  está muito doente?
Dizia a outra:
- E o único remédio que pode curá-lo é passar nosso sangue em suas feridas e, depois, cozinhar nossa carne e lhe dar de comer.
Disse  a terceira:
Fiquem quietas! Já pensaram se alguém nos ouve!
A moça então foi subindo, devagarinho, pelos galhos e com tanta sorte, que pegou de uma só vez as  rolinhas e as colocou num saco. Então foi até a porta do palácio real pedindo para entrar. Como os soldados não deixavam, começou a falar alto:
- Eu sou capaz de curar o príncipe!
A rainha, ouvindo pela janela, ordenou que subisse. A boa moça, vestida de mendiga, pediu que a deixassem por  três  dias fechada no quarto com o príncipe.
A rainha aceitou.
No primeiro dia colocou o sangue da primeira rolinha nas feridas, que começaram a melhorar. No segundo dia, fez a mesma coisa com a segunda rolinha, e o príncipe já queria levantar-se. No terceiro dia, ele andou.
O rei e a rainha nem sabiam como pagar a mendiga. Pois que a moça disse:
- Eu não levo nada pela cura, mas desejo que, quando alguém pedir uma graça em nome da velha que curou o príncipe, seja atendido.
A moça voltou para casa, trocou de roupa, mas guardou bem o vestido da mendiga. Á noite, colocou a bacia com água na janela e falou por três vezes:
Raminho de Azilas,
Vindes, se tendes de vir!
A pomba veio, banhou-se e transformou-se em príncipe. Mas ele estava furioso e com um punhal na mão. A moça ajoelhou-se e pediu:
- Pela velha que te curou, peço-te que me ouças!
O príncipe, lembrando-se do último pedido da velha, consentiu e guardou o punhal. A moça contou-lhe toda a história, desde o que sua irmã havia feito na janela até a conversa das rolinhas e sua cura. Foi para dentro e voltou vestida de velha mendiga. Ele a reconheceu, pediu desculpas e a levou para morar com ele no palácio. Casaram-se e foi  aquela festa.....






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