A GENEROSIDADE DAS
ELITES E A GRATIDÃO DOS HUMILDES
À MANEIRA DOS... SUL - COREANOS
Um
homem de ombreiras bordadas a ouro foi condenado a cem chibatadas em público,
por não pagar imposto de renda. No dia anterior à sentença, encheu uma bolsa
com 10.000 piastras e , encontrando na rua um miserável, pediu que, em troca
das 10.000 piastras, o miserável recebesse as chibatadas em seu lugar, como a
lei permitia. O pobre achou extremamente boa a proposta (10.000 piastras!), e
no dia seguinte estava lá, de cócoras, no centro da maior praça da cidade, pra
receber as chibatadas. Mas, logo nas primeiras dez, começou a chorar _ viu que
não resistia_ e , em altos e lancinantes brados, pediu clemência a Alá. Alá
surgiu como o auxiliar do chibatador , que lhe disse ao ouvido que, se desse todo
o dinheiro que tinha, o chibatador apenas fingia as outras noventa chibatadas.
Mas que gritasse ainda mais pra que o povo em volta não percebesse a barganha.
O miserável concordou, a chibatação e os gritos continuaram cada vez mais
fortes e mais altos, até se completarem as cem chibatadas e o povo sair
contente, porque agora, como todos tinham visto, também os poderosos eram castigados, embora por interpostas pessoas. No
dia seguinte, o miserável estava outra
vez na sua esquina, quando viu passar o potentado cujo lugar tinha tomado. Num
ímpeto, atirou-se em frente ao homem e, ajoelhado, murmurou, com os olhos em
lágrimas:
- Agradecido,
mil vezes agradecido, meu louvado senhor, que o céu o faça cada dia mais
poderoso. Se o senhor não tivesse me financiado com tanta generosidade, eu
agora estaria morto com aquelas cem chibatadas.
Moral: Nada
que vem de cima me humilha.
A
PERDA ABSTRATA
À MANEIRA DOS ...BAIANOS
O extraordinário professor de línguas
passeando pelo Brasil punha sempre ouvidos à maneira de falar dos nativos,
fossem professores, como ele próprio, ou gente simples do povo. E ficou
fascinado com uma palavra que ouvia a todo momento_ absurdo. E daí em diante,
sempre que podia, a toda hora, dizia, absurdo! Absurdo. Absurdo! E sorria deliciosa
satisfação intelectual semântica.
Pois não é que um dia, atravessando a Baía da Guanabara a passeio, em
direção a Paquetá, o professor achou a paisagem um absurdo de bonita e , que
horror!, não lembrou a palavra? Tentou, levantou-se, andou até a popa do barco,
depois até a proa, procurando no mais fundo da memória, mas a palavra não veio.
E estava ali, de cabeça baixa, andando
pra lá e pra cá, sem nem mais olhar a paisagem, quando um taifeiro lhe
perguntou:
- Que foi, cavalheiro, está sentindo
alguma coisa?
- Não, nada, estou só aborrecido. Perdi
uma palavra.
- Uma palavra? Estava escrita num papel?
- Não. Não estava escrita em lugar
nenhum. Só na minha cabeça.
- Perdeu uma palavra que estava na sua
cabeça? Perdão, senhor, é um absurdo!
-
É isso! Encontrou! Obrigado, meu amigo, obrigado.
MORAL: A CULTURA
ESTÁ EM TODA PARTE.
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